O França Insubmissa, LFI, o Partido Socialista, os Ecologistas do EEFV, o Geração.s e o Partido Comunista Francês, PCF, referiram que pretendem formar uma "nova frente popular", na expressão utilizada pelos socialistas, de forma a impedir a extrema direita e a direita de assumirem o poder.
Não foi de imediato revelado o nome do candidato a primeiro-ministro.
A lista única da esquerda irá apresentar-se "nos círculos eleitorais franceses", com os partidos a prometerem "um programa comum de ruptura" com "um desdobramento para os primeiros 100 dias de mandato".
"Chegámos a um programa político de rutura, com um desdobramento para os primeiros 100 dias de mandato, propostas concretas e realistas para que a vida do povo francês realmente mude", realça a declaração.
O entendimento foi anunciado na rede X. O França Insubmissa afirmou, "escreveu-se uma nova página na História de França".
Em comunicado enviado à imprensa, o Partido Socialista aplaudiu o entendimento, "expressão de uma imensa esperança de união". "Foi selada!" referiu o texto.
"A partir de agora, a chegada ao poder do União Nacional [Rassemblement National, RN, na sigla em francês] já não é uma fatalidade!", rematou a mensagem.
A Frente Popular francesa foi uma coligação formada em 1935 por vários partidos de esquerda para responder à expansão do fascismo na Europa e que obteve a maioria absoluta nas eleições de 1936 para a Assembleia Nacional, mantendo-se no poder até 1938.
O entendimento desta vez surge depois de o presidente francês, Emmanuel Macron, ter decidido dissolver a Assembleia Nacional e convocar eleições legislativas antecipadas, a 30 de junho e a 07 de julho, na sequência do fracasso do partido do presidente nas eleições para o Parlamento Europeu.
Aguarda-se um entendimento semelhante à direita, apesar do partido dos Republicanos ter rejeitado a aliança proposta pelo seu presidente, Eric Ciotti, com o RN de extrema-direita.
Sobre o entendimento à esquerda, o ex-presidente francês, François Hollande, disse que "o que é essencial é que a união foi possível".
"Não conheço [o acordo] em detalhe mas, para mim, o que é essencial é que a união foi possível. Tenho divergências conhecidas, mas há um momento para ir além delas, vai-se ao essencial", declarou aos microfones da TF1.
Hollande defendeu que "a esquerda tem o dever de unir-se" para que "a extrema-direita não chegue ao poder".
Para Hollande, a possibilidade de a extrema-direita chegar ao poder "cria um perigo" para "a imagem de França e para as propostas que França pode fazer na Europa".
Hollande criticou ainda a decisão de Macron de dissolver a Assembleia, "no pior momento", quando há "uma guerra na Europa" e "na véspera" dos Jogos Olímpicos.
com Lusa